ADMINISTRANDO AS FINANÇAS NO LAR
(Lição 09 - 28 de Fevereiro de 2016)
Texto Áureo
“Olha pelo governo de sua casa e não come o pão da preguiça” (Pv 31.27).
Verdade Aplicada
Uma das áreas de nossas vidas que mais requer disciplina e responsabilidade é, sem dúvida, a financeira.
Objetivos da Lição
► Mostrar que o orçamento e o planejamento financeiro são essenciais no lar;
► Ressaltar que gastar é fácil, difícil é ganhar;
► Deixar claro que, com o crédito fácil, o consumo aumenta.
Ec 5.19 - E quanto ao homem, a quem Deus deu riquezas e fazenda e lhe deu poder para delas comer, e tomar a sua porção, e gozar do seu trabalho, isto é dom de Deus.
Ec 10.19 - Para rir se fazem convites, e o vinho alegra a vida, e por tudo o dinheiro responde.
Lc 14.28 - Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar?
Lc 14.29 - Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele,
Lc 14.30 - Dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde acabar.
INTRODUÇÃO
As dificuldades de gerar riqueza, investir e planejar o futuro tem colocado muitas famílias em um ciclo interminável de problemas financeiros, emocionais e sociais, independentemente de sua renda. As crises conjugais motivadas pelo dinheiro têm aumentado cada vez mais. O crescimento da carga de trabalho para buscar mais recursos e fazer frente aos gastos excessivos tem provocado inúmeras doenças psicossomáticas, decorrentes da falta de lazer e descanso.
1. AS CONSEQÜÊNCIAS DO DESEQUILÍBRIO
No Brasil, os problemas financeiros afetam muito mais a saúde do que acontece com belgas, italianos, portugueses e espanhóis que estão com suas economias em colapso. Problemas para dormir e irritabilidade foram relatados por 24% dos pesquisados, ansiedade por 32% e dor de cabeça por 17%. Ao todo, foram entrevistadas 680 mil pessoas - 600 mil no Brasil e 20 mil em cada um dos quatro países europeus. O levantamento, feito em setembro do ano passado, mostra que, em situação financeira desfavorável, por aqui são consumidos mais ansiolíticos e antidepressivos (30%) do que nos países europeus pesquisados – o percentual só é maior em Portugal (33%). A incidência do uso desses medicamentos ficou em 29% na Espanha, 18% na Itália e 17% na Bélgica.
1.1. Perda de sono e dor de cabeça
Certamente você conhece alguém que já perdeu pelo menos uma noite de sono por culpa das dívidas. Quem está devendo sabe que é impossível esquecer, mesmo porque os credores não deixam. Pessoas que estão no vermelho tendem a ser mais estressadas e o estresse está ligado a inúmeros problemas de saúde: ansiedade, úlceras e outros problemas no sistema digestivo, dores de cabeça, tensão muscular, dificuldade para se concentrar, alterações cardíacas, baixa autoestima, irritabilidade, problemas para dormir e até depressão grave, como mostrou o estudo divulgado pela PROTESTE.
1.2. Mau humor e perda de concentração
No início de 2012, foi divulgada, pela SHRM (Society for Human Resource Management), uma pesquisa chamada “Financial Education Initiatives in the Workplace”, indicando que 83% dos profissionais de RH acreditam que os desafios financeiros dos empregados têm impacto na performance da empresa. Atitudes como falta de humor e perda de concentração, bem como o tempo gasto em planejamento para fazer dívidas como na tentativa de eliminar outras dívidas causam prejuízos ao desenvolvimento de qualquer empreendimento. Funcionários que enfrentam desafios financeiros utilizam tempo de trabalho para cuidar de questões financeiras pessoais. Segundo pesquisa feita nos EUA pela Price water house Coopers em 2012 (“Employee Financial Wellness Survey”), 97% dos funcionários utilizam horas de trabalho para cuidar de questões financeiras pessoais, sendo que 22% despendem pelo menos cinco horas por semana.
1.3. Brigas e desentendimentos
Aqui entra em cena a realidade sobre finanças pessoais no Brasil: o tema é um tabu nas famílias. Logo, falar sobre dinheiro em casa costuma acontecer tarde, quando os problemas financeiros são devastadores e o quadro de problemas associado a eles já tomou proporções fatídicas. Qualquer conversa se transforma em uma oportunidade para culpar o outro pela situação, como se “meter o dedo na cara” fosse resolver alguma coisa. Pode aliviar a tensão individual (é isso que costumamos pensar), mas só agrava o já fragilizado relacionamento e a cumplicidade dos membros da família. Estar endividado e manter as aparências criam uma frágil sensação de tranqüilidade, muitas vezes quebrada de forma brusca pelo choque de realidade. O que parecia um lar feliz logo se transformar em um relacionamento sem confiança. Sim, a falta diálogo constante sobre dinheiro é capaz de fazer isso.
2. ATITUDES PERIGOSAS NAS FINANÇAS
Depois de se endividar, a independência financeira se torna mais distante. Ou seja, aquele momento da vida em que o dinheiro vai trabalhar para você. Mas que fique claro: crédito fácil não existe. Ou melhor, ele até está ali, dependendo de uma conversa com o atendente de uma financeira ou a poucos cliques em um caixa eletrônico. Porém, se é mesmo fácil de obter, na maioria das vezes, é difícil se livrar dele. O crédito fácil acaba se tornando o pesadelo dos endividados, que não organizam o orçamento da casa e acabam caindo em financiamentos a juros altíssimos.
2.1. O perigo de gastar mais do que se ganha
Muitas pessoas, principalmente os jovens, têm dificuldade de entender uma regra básica de sobrevivência: gastar menos do que ganha. O que quero alertar é o que vai além da educação financeira, quero também chamar atenção para a questão da perspectiva e de padrão de vida. Mas a questão principal é: sua máquina não pode somente continuar trabalhando até que você tome a decisão financeira mais importante da sua vida. Pense em: Qual parte do que você ganha você vai usar para se manter? Quanto você vai reservar? Quanto você vai usar para pagar gastos extras? A questão não é relativa a deixar de fazer todas as coisas que te dão prazer só para economizar, mas deixar de fazer algumas coisas que você faz só para “aparecer” e que vai te fazer falta. O ideal é gastar menos e apenas em que for necessário. Por exemplo: Por que morar em um lugar que não se encaixa no seu orçamento? Por que tem um carro que o IPVA e o seguro são caros e pesam no seu bolso? Por que usa roupa de marca, se você pode usar um fast fashion?
2.2. O perigo de recorrer a agiotas, cheques especiais ou cartões de créditos
O cheque especial é uma opção que deve ser usada com cautela, pois paga-se por um produto ou serviço, sem ter o dinheiro em conta-corrente, e o banco cobre o valor, ou seja, não devolve o cheque; o banco faz um empréstimo a você, sem burocracias. Entretanto, essa praticidade acaba por deixar muita gente “no vermelho”, sem conseguir saldar sua dívida e vendo-a crescendo dia a dia. O cartão de crédito é uma excelente armadilha colocada pelas instituições financeiras à disposição dos desentendidos. O maior erro que o consumidor pode cometer no uso do cartão de crédito e do cheque especial é habituar-se a recorrer a eles como complemento da renda mensal, para cobrir os gastos que estouram o orçamento.
2.3. O perigo de não dar valor aos pequenos gastos
Oito em cada dez brasileiros não sabem controlar suas finanças, revela uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O levantamento mostra que mais de um terço dos entrevistados não sabe que contas devem ser pagas a cada mês e 40% desconhecem sua renda exata. Além disso, 39% dizem que não têm disciplina para registrar os gastos e as receitas com regularidade. E você? Sabe quanto gasta no dia a dia? Uma série de pequenas despesas que passam despercebidas, podem estar consumindo boa parte de seus recursos. Depois de descobrir o que tem sido feito de seu salário, decidam quais delas podem ser cortadas e como aproveitar melhor o fruto de seu trabalho.
3. CONSELHOS IMPORTANTES
A palavra “ostentação” tem como significado a ação ou o efeito de ostentar. Ostentar é o mesmo que exibir, colocar em destaque, tornar visível e notório. Esta ação, normalmente, acontece em detrimento de alguma coisa, ou até mesmo, de outra pessoa. Nós gostamos de exibir as nossas aquisições e conquistas. Não raras vezes mostramos nossos pertences para demonstrar maior capacidade ou poder aquisitivo, isso muitas vezes gerando dívidas impagáveis que vão nos colocar em uma situação de lamúria.
3.1. Cuidado com extremos, ostentação, supérfluos e miséria
A chamada torre de Babel foi uma obra iniciada que levou Deus a agir. Era preciso colocar limites no ser humano. O desejo de ficarem famosos e unidos não aconteceu. Deus interveio “atrapalhando a língua falada por todos os moradores da terra e dali os espalhou pelo mundo inteiro.” (Gênesis 11.9). Qual é o perigo da ostentação? É colocar-se acima das pessoas e, especialmente, de Deus. O objeto colocado em evidência motiva o orgulho e a fama. Em contrapartida, acontece o menosprezo aos outros. Facilmente deixamos de ajudar alguém porque este pode ficar em melhores condições. Muitas vezes, sem nos darmos de conta, estamos construindo grandes torres enquanto milhares de pessoas estão cada vez mais pobres e necessitadas. A propósito, a Igreja Cristã está celebrando a festa de Pentecostes. É o cumprimento da promessa de Jesus, enviando o Espírito Santo para chamar e reunir (congregar) o povo de Deus. Os cristãos reunidos não devem construir torres que separam ou ostentam poder. Mas, proclamar o Evangelho (o perdão dos pecados e a salvação eterna mediante a fé em Cristo), amar e servir uns aos outros. É desta forma que perigo da ostentação é vencido e deixado de lado.
3.2. Cuidado ao não estabelecer prioridades nem fazer poupança
Os pais querem sempre o melhor para os seus filhos e as marcas sabem disso, criando novas necessidades de consumo desde a roupinha em algodão biológico para os bebês, passando pela cadeira da papa ergonômica, até ao colégio com a melhor posição nos ‘rankings’, à última consola de jogos do mercado ou à festa de aniversário mais extravagante. Para evitar todas estas tentações consumistas e conseguir focar-se naquilo que realmente interessa – uma situação familiar financeiramente equilibrada – existem vários erros que os pais devem evitar cometer ao longo da vida.
3.3. Cuidado com a mentira, a desonestidade e o dinheiro ilícito
A Bíblia não proíbe o homem ser rico, se essa riqueza vem como fruto da bênção de Deus e do trabalho honrado (Sl 112; Pv 10:4). Abraão e Jó eram homens ricos e também piedosos. O que a Bíblia proíbe é adquirir riquezas por meios ilícitos e para propósitos ilícitos. Amós 2:6 condena o adquirir riquezas ilícitas e Isaías 5:8 condena o adquirir com propósitos ilícitos. Não é pecado ser rico. Não é pecado ser previdente. Não é pecado usufruir as benesses da riqueza. O pecado está ligado a origem, ao meio e ao fim da riqueza. Tiago fala que os ricos que ajuntaram riqueza ilícita enfrentarão a inevitabilidade do juízo de Deus (v. 1). O luxo de hoje tornar-se desventura amanhã (v. 1). Exemplo: A opulência da riqueza de Saddam Hussein. A segurança do dinheiro é falsa. A alegria que ele proporciona é fugaz (v. 1). Veja o contraste entre a falsa e a verdadeira riqueza em 1 Tm 6:6-10,17-19. Tiago menciona duas formas pecaminosas com que os ricos adquiriram suas riquezas: retendo o salário do trabalho e controlando as cortes com propinas.
CONCLUSÃO
Como você tem lidado com o dinheiro: ele é seu dono ou seu servo? Seu coração confia na provisão ou no provedor? Você é honesto no trato com o dinheiro? Você tem alguma coisa em suas mãos que não lhe pertence? Os bens que você tem foram ganhos licitamente? Você tem usado seus bens para ajudar outras pessoas, ou você tem acumulado apenas para o seu deleite e conforto?
FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
Revista do professor: Jovens e Adultos. Casamento e Família. Rio de Janeiro: Editora Betel – 1º Trimestre de 2016. Ano 26 n° 98. Lição 9 – Administrando as finanças no lar.
Bíblia de Estudo Pentecostal, Revista e Corrigida, Traduzida em Português por João Ferreira de Almeida com referências e alguma variantes. Edição 1995.
Links:
http://dinheirama.com/blog/2015/04/15/padrao-de-vida-dinheiro-voce-gasta-mais-que-ganha/
http://exame.abril.com.br/revista-voce-sa/edicoes/190/noticias/de-um-fim-aos-pequenos-grandes-gastos
COMENTARISTA ADICIONAL:
PR. ALTEVI OLIVEIRA DA COSTA - Servo do Senhor Jesus Cristo, administrador de empresas públicas e privadas, Bacharel em Teologia pela FATAD, pós-graduado em administração de cooperativas pela UNB, MBA em cooperativismo de crédito no Canadá, Estados Unidos e Espanha.
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