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quarta-feira, 25 de maio de 2016

Arcadismo- CONHECIMENTO GERAL

1ª AULA

Um re-renascimento    
 
Na arte europeia produzida na passagem da Idade Média para a Idade Moderna, verifica-se a retomada dos valores da Antiguidade Clássica que viriam caracterizar o movimento artístico e cultural a que chamamos de Renascimento.
Mais de dois séculos depois, sob a influência dos ideais do Iluminismo, novamente foi reaceso o interesse pelos valores clássicos, sobretudo os princípios da razão e do equilíbrio literário. Eis a gênese do Neoclassicismo ou Arcadismo.
 
No Brasil, esse movimento teve seu epicentro nas Minas Gerais, mais especificamente na cidade de Vila Rica, atual Ouro Preto.
Fotografia recente de Ouro Preto (MG).

Continue assistindo a esta aula, para saber mais sobre o movimento literário que revelou poetas notáveis, até hoje lidos e lembrados.
 
 
OBS1- O nacionalismo revolucionário caracteriza o movimento romântico, e não o árcade. Ele nasce no contexto da Revolução Francesa, no final do século XVIII. A Comuna de Paris ocorreu em 1871, muito depois do Arcadismo – e também da Revolução Francesa, que estourou em 1789.
 
 
Brandas ribeiras, quanto estou contente
De ver-vos outra vez, se isto é verdade!
Quanto me alegra ouvir a suavidade,
Com que Fílis entoa a voz cadente!


Os rebanhos, o gado, o campo, a gente,
Tudo me está causando novidade:
Oh! como é certo que a cruel saudade
Faz tudo, do que foi, mui diferente!


Recebei (eu vos peço) um desgraçado,
Que andou até agora por incerto giro,
Correndo sempre atrás do seu cuidado:


Este pranto, estes ais com que respiro,
Podendo comover o vosso agrado,
Façam digno de vós o meu suspiro.
Cláudio Manoel da Costa.

 
 
OBS2- Cláudio Manuel da Costa é um dos nomes fundamentais do Arcadismo no Brasil. Ademais, nesse soneto, o rigor formal, a referência à mitologia greco-latina e a busca de uma vida simples são indícios de sua vinculação ao movimento árcade.
 

Enquanto pasta alegre o manso gado,
Minha bela Marília, nos sentemos
À sombra deste cedro levantado.
Um pouco meditemos
Na regular beleza,
Que em tudo quanto vive, nos descobre
A sábia natureza.
Origem: Provão de Letras do MEC
 
 
OBS3=> Na estrofe inicial da Lira XIX, de Marília de Dirceu o eu lírico dirige-se explicitamente à amada, por meio do vocativo “Minha bela Marília”, procurando realizar a relação afetiva na “beleza” da “sábia natureza”.

 
  • Em meio ao Enciclopedismo e ao Iluminismo, a literatura barroca foi perdendo espaço para a literatura de inspiração neoclassicista-árcade. O nome Neoclassicismo justifica-se pelo fato de os autores do período revitalizarem a poesia clássica; o nome Arcadismo justifica-se pelo fato de os escritores fazerem referência ao mundo campestre e bucólico da Arcádia, nome de uma província da antiga Grécia tida por poetas neoclássicos como o lugar ideal.
  • A literatura do período caracterizava-se pelo uso constante de clichês, de lugares-comuns.
  • No Brasil, o Neoclassicismo-Arcadismo desenvolveu-se em Minas Gerais, no período de apogeu do ciclo do ouro. Muitos poetas do período envolveram-se em causas sociopolíticas, como a Inconfidência Mineira. O grande nome do Arcadismo no Brasil é Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810), autor de Marília de Dirceu, a obra mais importante do período.
  • A obra Marília de Dirceu é dividida em duas partes: na primeira, há 23 liras, que são tipicamente árcades, conforme as convenções da poesia da época; na segunda, há outras 32 liras, em que o pastoralismo e a esperança da felicidade dão espaço ao pessimismo, ao egocentrismo e ao locus horrendus, numa demonstração de afinidade com os ideais pré-românticos.
  • Em Portugal, o grande autor dessa escola literária foi Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765-1805), que, embora tenha composto versos árcades tradicionais, imortalizou-se sobretudo por sua poesia pré-romântica.
 
 

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