Introdução
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O
atendimento especializado deve ser realizado com a presença de dois
profissionais, o professor de língua portuguesa e o intérprete de libras. O Decreto
5626 de dezembro de 2005 regulamentou a Lei 10436/02, também denominada Lei de
Libras nos cursos superiores, a formação de professores para o ensino de
Libras, a formação de tradutores e intérpretes de Libras, a atuação do Serviço Único
de Saúde - SUS, a capacitação de servidores públicos para o uso da Libras ou
sua interpretação e a dotação orçamentária para garantir ações previstas neste
decreto, estabelecendo mudanças estruturais no campo educacional e visando garantias de países e acesso das pessoas
surdas nas escolas regulares.
Uma importante ação do governo estipulado no
decreto é a criação do curso de Letras/Libras, visando à formação inicial dos
profissionais; entre eles professores e intérpretes de Libras e a criação de um
exame nacional para certificação de proficiência através do Polibrasil. O
Brasil é o pioneiro na realização de exame em língua de sinais.
Indiscutivelmente
um grande avanço na política de inclusão de alunos surdos, mas ainda temos muito
que avançar no sentido de criar condições para implementação de uma legislação
específica para formar este profissional que atualmente é hibrido e necessita
de investimento de formação adequada ao seu campo de atuação profissional.
Alinhado
a essa demanda histórica pela qual a educação do país está vivendo, o momento
de direitos e diversidades nos espaços de educação formal e com isto a
ampliação no atendimento especializado e demais recursos de acessibilidade, se
faz necessário repensar práticas circulantes nos espaços escolares de educação bilíngue.
Dentro
desse contexto, onde as duas línguas são oferecidas, alguns desafios tem
surgido, entre eles está à formação do profissional que atuará como interprete
e tradutor de libras. Pesquisas têm apontado à fragilidade da formação desse
profissional. Sendo ele elemento de ligação entre o professor e o aluno, é
imprescindível que sua interpretação seja fidedigna da explicação dada pelo
professor regente da turma. A qualidade da sua intepretação será determinante
na aprendizagem do aluno.
Outro
desafio é que atualmente o Brasil tem poucos profissionais formados e com
proficiência em Libras, por isso tem chegado às escolas profissionais que
apesar de dominar a língua de sinais, apresentam muita dificuldade em
transmitir com clareza o conteúdo que o professor está ensinando. Considerando
esta realidade, na qual as escolas tem surdos matriculados, seria impossível
atender as exigências que determinam o acesso e principalmente a permanência
desses alunos surdos nas escolas sem a presença de intérpretes de sinais. Assim
sendo, é necessário investir na formação e especialização do intérprete de
língua de sinais na educação.
Outro problema que pode acontecer na
intermediação entre tradutor e professor é referente à ética. O tradutor
interage com o professor e o aluno nos espaços coletivos da escola. Ele é
responsável pela comunicação entre ambos; sendo assim, sua conduta tem que ser
extremamente ética, afinal ele transita nos dois lados.
Mudança de comportamento do aluno
Cada
indivíduo reage ou é influenciado pelo meio em que vive que pode interferir de
maneira positiva ou negativa em seu comportamento. Por isto, antes de qualquer
intervenção ao comportamento do aluno, o primeiro passo é observar o meio em
que ele vive. Segundo Skinner dentro da sua teoria chamada técnica de reforço,
que nos é permitido configurar condutas, ou seja, em comportamentos
extremamente complexos, pode-se alcançar passos sucessivos nesta configuração,
sendo modificados progressivamente com o processo de reforço na busca do
comportamento desejado. Existem dois pontos que são de extrema importância e
que influenciam diretamente no comportamento da criança: os estímulos e as
respostas.
Notamos dentro dessas Teorias
Psicológicas que revelam os fatores externos e influenciam o comportamento, abrindo
horizontes para aprendizagem, como
mudanças de atitudes mediante um processo de condicionamento dentro de uma
proposta de intervenção a um comportamento inadequado do aluno. Observamos
aquilo que Skinner chama de reforçadores
que significa resposta aos estímulos provocados pelo meio em que vive, dessa
forma, a melhor resposta de intervenção é procurar entender a resposta se
negativa ou positiva mediante a estratégia usada. A exemplo disso, um aluno com
problema auditivo em uma sala de aula requer do professor que sejam estabelecidos
métodos que levem este aluno a formas adequadas de aprendizagem e que promova
transformações em seu comportamento.
Quando
se fala em estímulos e respostas diz-se que a mudança de atitude desse aluno
vai depender dos estímulos recebidos do seu professor. Programas com foco na
diversidade voltados para sensibilização, preconceitos, estigmas, estereótipos
ou discriminações e questões voltadas para as relações de amizade e de estudo
entre os alunos e em parceria com as famílias são estímulos de extrema
importância no auxílio dessas mudanças comportamentais. Skinner destaca que
como educador dentro de cada uma dessas teorias há elementos facilitadores para
o ensino que podem servir de apoio ao professor em seu cotidiano, não algo que
seja repetitivo e sim que possam examinar e organizar estratégias que os
estimulem a escolher dentro da sua realidade as tarefas mais adequadas.
Enfim,
notamos que dentro dessas teorias psicológicas os fatores externos influenciam o comportamento, abrindo
horizontes para aprendizagem como mudança de atitude mediante um processo de
condicionamento.
Diferenças
metodológicas quanto ao ensino da língua portuguesa
para ouvintes e
pessoas surdas
Ser professor de alunos surdos
significa considerar suas singularidades de apreensão e construção de sentidos
quando comparados aos alunos ouvintes.
É muito discutido em sala de aula e
deve ser um lugar que permita que o aluno estabeleça relações com aquilo que é
vivido fora dela e, deste modo, interessa centralizar socialmente os conteúdos
a serem trabalhados, apoiando-os, quando possível em filmes, em textos de
literatura, em manchetes de jornais, em programa de televisão de modo a tornar
a aprendizagem mais significativa.
Se estas estratégias auxiliam os
alunos ouvintes a uma melhor compreensão dos temas trabalhados para surdos,
elas são ainda mais imprescindíveis, uma vez que eles, em geral, tiveram poucos
interlocutores em suas línguas e, consequentemente, poucas oportunidades de
trocas e de debates além de não terem acesso completo aos conteúdos de filmes, programas
de televisão e outras mídias que privilegiam a oralidade ( nem sempre constam
com a legenda ), ou possuem textos complexos de difícil acesso aos alunos
surdos com dificuldades no letramento da língua portuguesa. Neste modo, é
frequente que estes alunos cheguem no espaço escolar com conhecimento de mundo
reduzido quando comparados com aqueles apresentados pelos alunos que ouvem, já
estes podem construir conceitos a partir das informações trazidas pela mídia,
por exemplo.
Além disso, na perspectiva da
educação inclusiva de alunos surdos, o professor precisará ser parceiro do
intérprete de Libras para que se ampliem as possibilidades de construção de
conhecimento desses alunos. Para favorecer a aprendizagem do aluno surdo não
basta apenas apresentar os conteúdos em Libras, é preciso explicar os conteúdos
de sala de aula utilizando de toda potência maior que esta linguagem tem, alguns
autores defendem a semiótica imagética, eles acham que é um novo campo que
ajuda a explorar a viabilidade a partir do qual se pode ser investigados
aspectos da cultura surda, da constituição da imagem maior que está presente
nos surdos e acham que podem ser
aproveitados como recursos didáticos, lembrando que não se trata de gesto
ou mímicas, mas de um trabalho com significados na língua de sinais, e assim
explorando as características visuais dessa língua. O uso dos braços, dos
corpos, os traços visuais, expressões corporais e faciais, mãos e dedos...
Organização das aulas
Ensinar língua escrita para quem
desconhece a oralidade é um desafio para todos os professores com aluno surdo
em sua turma. As principais dificuldades não decorrem da surdez em si, mas da
falta de conhecimento da língua portuguesa falada. Hoje, boa parte desses
alunos comunicam-se através da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), uma linguagem
visual que tem sua estrutura própria. Lembrando que, mesmo que estes alunos não
alcancem os mesmos resultados obtidos pelos ouvintes, os deficientes auditivos
precisam participar de todas as aulas.
Solicitar que a criança sente-se
próxima ao professor e nunca de frente a janela, pois é necessária uma boa
iluminação para uma leitura orofacial; é importante saber qual ouvido a criança
escuta melhor, utilizar a linguagem de sinais, gestos, mímicas, desenhos para
auxiliar o entendimento do que está sendo trabalhado utilizando recursos
diferenciados como cores diferentes e letras móveis para designar elementos
distintos de uma frase. Envolvê-lo em todas as atividades, solicitando pequenas
tarefas como escrever no quadro e transmitir recados. Emitir frases completas
lentamente, usar sempre a escrita no quadro, materiais com transparência,
indicando as palavras-chave, uso de materiais adaptados como treinador de
falas, tablado e softwares educativos. O rosto do professor deve receber luz ao
falar, por isto, deve se posicionar na sala adequadamente e falar sem
movimentar em excesso o corpo e a cabeça. Organizar espaços alternativos na
sala como cantinho da leitura, de jogos ou artes, danças e outros. Sintetizar a
aula para fixar o que foi trabalhado oralmente, trabalhar com listas de
palavras e deixa-las em mural visível. Se mesmo assim o aluno não conseguir
escrever um texto, estimule-o a contribuir para as atividades escrevendo listas
ou frases sobre o texto abordado. Para ajudar o aluno a se expressar melhor
pela escrita, os trabalhos coletivos ou em pequenos grupos também vão ajuda-lo.
O importante é o aluno contar sempre com apoio visual da escrita, e o
acompanhamento de um aluno que possa incentivar e orientá-lo a buscar materiais
visuais. O professor deve registrar todas as atividades e atuar em conjunto com
o Atendimento Educacional Especializado (AEE) em prol deste aluno.
Conclusão
Uma classe inclusiva é aquela que
promove o desenvolvimento do seu aluno e não apenas oferece a oportunidade de
convivência social. Assim, muitas escolas apresentam ideias errôneas de que
para incluir basta matricular o aluno com necessidades educativas especiais e
ao mesmo tempo pontua a necessidade de revisão em relação a conceitos e buscas
de novas experiências, lembrando a importância da escola ser um espaço de aprendizagem
significativa.
A prática da inclusão leva a
criança, adolescentes e jovens a aprender a conviver com a diversidade,
adquirindo experiências que conferem suporte ao enfrentamento, pois preconceito
e diferença são muito presentes em nossas escolas. É importante que todos
reflitam sobre esta questão e construam novas atitudes para com o outro. É
necessário que se trabalhe em função do aproveitamento escolar de alunos
incluídos, a fim de que a escola não fracasse, superando estigma, o preconceito
e toda forma de discriminação. A inclusão se traduz pela capacidade da escola
em responder eficazmente as diferenças de aprendizagem de seus alunos
considerando o desenvolvimento deles como prioritário. A educação no Brasil
enfrenta o desafio de desenvolver nas práticas cotidianas a transformação para
ser capaz de garantir o acesso e permanência de alunos com deficiência de
aprendizagem. O aluno é um ser social e não pode estar em desvantagem em
relação a seus pares. É preciso refletir sobre as práticas que acontecem em
nossas escolas, compreendendo limites e possibilidades desses alunos, para que
sejam aceitos pela comunidade escolar e sua família.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Psicologia. 13ª ed. São Paulo (SP): Saraiva; 1999.
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Bilíngue para surdos: identidades, diferenças, contradições e mistérios.
2003. 202f. Tese (Doutorado em Letras) – Universidade Federal do Paraná,
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Célia Cazaux. Curso de Didática Geral. São Paulo: Ática, 2006.
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tradutor e intérprete de língua brasileira de sinais e
língua portuguesa. Brasília: MEC/SEE, 2004.
língua portuguesa. Brasília: MEC/SEE, 2004.
- VEDOATO, Sandra. C. M. Desafio Profissional de Psicologia da Educação e Teorias da Aprendizagem; Redes Sociais e
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HISTÓRIA
- LICENCIATURA
Dayse de Góes
Reginaldo Silva de Lyra
Fabiana de Brittes Araujo
Elisabete Ferreira de Morais
Margarete Ferreira de Morais
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