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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Morador de rua passa em 1º lugar em concurso público para coveiro em MG- CONHECIMENTO GERAL

'Meu maior sonho é começar a trabalhar para ter a renda própria', diz Valter Fonseca

Renata Tavares 
Colaboração para o UOL, em Uberlândia (MG)

  • Selma Cruz
    'Meu maior sonho é começar a trabalhar para ter a renda própria', diz Valter Fonseca

Valter Fonseca, 41, é natural de Ilhéus (BA) e vive há 10 anos nas ruas de Patos de Minas (MG), a 456 quilômetros de Belo Horizonte. Nesta semana, viu a vida mudar de rumo. O nome dele aparece em primeiro lugar na lista de aprovados no concurso público para coveiro na cidade mineira. Dos 30 pontos, Valter fez 26.
Eram 21 candidatos disputando 3 vagas. O emprego tem salário de R$ 805,18, além de benefícios como vale-alimentação, vale transporte e plano de saúde. 
"Quando terminei a prova, no dia 18 de outubro, não pensava que tinha feito tantos pontos. Dois dias depois saiu o gabarito e conferi minha prova. Fui até uma costureira que sempre costura minha roupa quando rasga e ela me disse: 'Você passou; fez 85% da prova'. Fiquei tão emocionado que não sabia o que fazer."
A vida nas ruas da cidade do interior de Minas começou em 2005, cinco anos depois de ter saído de Ilhéus. Naquela época, se separou da ex-mulher e perdeu o emprego.
"Entrei em depressão, comecei a usar álcool e só parei há cinco anos, quando vi a morte de perto. Hoje durmo na varanda de um bar e faço bico nas casas e restaurantes da cidade para sobreviver", conta.
A escolha pelo cargo de coveiro, segundo ele, foi por considerar ter habilidade com trabalhos braçais. Ele terminou o Ensino Médio no ano passado.
Para estudar, Valter contou com a ajuda da assistente social Maria Augusta de Lacerda Ferreira, diretora do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) de Patos de Minas. Ela o encontrou nas ruas há três anos e começou a ajudá-lo a melhorar de vida. 
Depois de indicar o morador de rua para cinco empregos diferentes e ter resposta negativa em todos eles, a assistente social viu no concurso a oportunidade para que ele mudasse de vida. Maria Augusta, então, imprimiu para ele provas, simulados, notícias e os cadernos de provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) dos últimos dois anos.
"Ele chegou a fazer até três provas em um dia só. A gente sabia que ele estudava nas praças e na rua com os livros que ele buscava aqui. Vi muita dedicação por parte dele e o resultado foi merecedor", conta ela. "Eu não fiz nada além da minha função, mas a sensação de felicidade que tive foi a mesma que se um filho tivesse passado. Isso prova que vale a pena ajudar."
Valter Fonseca ainda está vivendo na rua e aguarda o concurso ser homologado para ser chamado e começar a trabalhar. 
"Eu quero sair das ruas. Meu maior sonho é começar a trabalhar para ter a renda própria e conseguir recomeçar minha vida em um lar."
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Fotos tiradas por moradores de rua de São Paulo ilustram calendário13 fotos

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26.nov.2015 - A imagem tirada no Monumento às Bandeiras é uma das treze fotos feitas por moradores de rua na cidade de São Paulo que foram selecionadas para compor um calendário, que será lançado no domingo (6), no 3º Festival de Direitos Humanos. O projeto foi idealizado pelo grupo inglês Café Art, que distribuiu 100 câmeras fotográficas descartáveis e dão um treinamento básico para os moradores de rua. Quando as câmeras são devolvidas, o grupo analisa os resultados e seleciona parte das fotos para o calendário. O Café Art. já fez o mesmo trabalho pelas ruas de Londres, na InglaterraRichard Marques de Paul
 http://economia.uol.com.br/empregos-e-carreiras/noticias/redacao/2015/12/10/morador-de-rua-passa-em-1-lugar-em-concurso-publico-para-coveiro-em-mg.htm?cmpid=tw-uolnot

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