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terça-feira, 5 de abril de 2016

3.04 Os efeitos do álcool sobre o corpo- O ALCOOLISMO E A FUGA DA REALIDADE; uma abordagem Cristã e Psicanalítica; DISSERTAÇÃO- PSICOLOGIA PASTORAL


Serão tratados os pontos relevantes associados à saúde do paciente, tais como: os órgãos mais afetados, estatísticas de falecimentos, farmacologia e perceber como as Unidades de atendimento ao público encaram esta realidade.

            No estudo disponível no site <www.youtube.com/watch?v=70jedgAX9f8> acessado em 04/11/2014 às 20:00 sob o título  “Álcool: Intoxicação, Doenças Associadas e Dicas”, notamos o comentarista fazendo a abordagem dos assuntos começando pela Absorção e Metabolização. Ele informa que absorção ocorre principalmente no intestino devido a presença das vilosidades, sendo que no estômago em menos quantidade. Ressalta que o metabolismo se dá no fígado, estômago e intestino. Sobretudo no fígado, mas em menor proporção nas paredes do estômago e intestino. Entretanto, não podemos esquecer que FATORES INTERFEREM NA ABSORÇÃO, tais como: os Genéticos, o Peso, a Idade, os Hábitos e o Sexo.

Conforme os autores de FUNDAMENTOS DE TOXICOLOGIA, p 392, o local de ação do etanol é na membrana celular, causando a sua desordem (intoxicação). Com isto, aumenta a inibição sináptica, atua em diversos setores dos neurotransmissores e neuroreceptores. Seu uso crônico aumenta a síntese e liberação de noradrenalina.

Na prática, sua abordagem afirma que o consumo de 01 GARRAFA DE CERVEJA OU 01 COPO DE VINHO proporciona a concentração de 30mg/dL no sangue, desde que se considere uma pessoa com cerca de 70 kg. Dessa forma, termos os EFEITOS INICIAIS quando é observada a concentração de 30mg/dL (uma cerveja ou uma taça de vinho) onde já ocorre a alteração no comportamento deixando o indivíduo mais ansioso e agitado, reduzindo sua inibição.

Os SINTOMAS DE INTOXICAÇÃO AGUDA são notados quando o bebedor ultrapassar a concentração de 100mg/dL. Assim, o álcool já não oferece os mesmos benefícios do início do uso, pois começa a causar depressão e fraqueza no organismo, contribuindo para a falta de equilíbrio ao andar.

Na concentração de mais de 150mg/dL, Os SINTOMAS DE INTOXICAÇÃO GRAVE, reforça o autor,  são  notórios (fraqueza mais generalizada e esquecimentos). Contudo, os SINTOMAS DE INTOXICAÇÃO FATAL se dão na concentração superior a 400mg/dL provocando coma e parada respiratória, progredindo para morte.

O autor fala, ainda, sobre a CONCEPÇÃO ERRÔNEA DO METABOLISMO, dando ênfase para o fato de que o fígado consegue reduzir do organismo 15mg/dL por hora, isto é, se uma garrafa de cerveja ou taça de vinho contem 30 mg/dL logo o organismo levará 2 horas para metabolizar essa dosagem. O metabolismo do álcool segue a cinética zero, essa afirmação quer dizer que não existe proporção de consumo e metabolização; na verdade sempre ocorrerá a metabolização de apenas 15mg/dL. Em termos práticos, se uma pessoa ingerir 05 garrafas de cerveja terá uma concentração de 150mg/dL, mas em 1 h só metabolizará 15mg/dL, dessa forma continuará com uma concentração de 135mg/dL após 1h, sendo assim, ficará com intoxicação aguda tendo os sintomas de depressão e fraqueza no organismo, contribuindo para a falta de equilíbrio ao andar.

 A BIOQUÍMICA DO METABOLISMO, apontada no site, refere-se inicialmente ao fato do etanol ser metabolizado no fígado por uma enzima chamada álcool desidrogenase, tornando-se etanal ou acetaldeído e este, por sua vez, recebe a ação de outra enzima e transforma-se em ácido acético ou acetado ( responsável pela “ressaca” ). A enzima álcool desidrogenase remove o hidrogênio do composto e no organismo os NAD+ captam estes hidrogênios e transformam-se em NADH. Dessa reação ocorrem duas complicações: 1ª- Inibição do ciclo de Krebs e 2ª- Sobra de NADH que favorece a síntese de ácido graxo que é armazenado em forma de triglicerídeo ( gordura ).

O EFEITO BENÉFICO é mencionado por algumas revistas que defendem o uso moderado do álcool por causa do EFEITO CARDIOPROTETOR, isto é,  quando se consome   uma taça de vinho por dia que elevaria a taxa para cerca de 10-30mg/dL. Mas como se dá o efeito cardioprotetor? De acordo com as pesquisas a proteção se dá devido o aumento do HDL responsável pela captação de gordura e transporte para o fígado. Dessa forma, previne a doença coronariana evitando o acúmulo de gordura. Contudo, esta pesquisa não é 100% comprovada, pois ela foi feita em países europeus com pessoas de classe alta que tem hábito saudável e dieta balanceada. Sendo assim, não se tem certeza que esta proteção foi proveniente do uso do álcool ou por causa do estilo de vida saudável dessas pessoas.

O efeito cardioprotetor não é absoluto, mas existem DOENÇAS ASSOCIADAS que tangem os abusadores do álcool, tais como: Cirrose, Gastrite, Pancreatite, Insuficiência, Cardiopatias, Hipertenção, AVC, Câncer (boca, faringe, esôfago, pâncreas, fígado,  intestino...), Dependência Física, Depressão, Atrofia cerebral e Impotência sexual. Apesar de todas estas variáveis, em 1956, relatam os autores de FUNDAMENTOS DE TOXICOLOGIA (OGA, Seizi; CAMARGO, Márcia M. A; BATISTUZZO, José A. O) que o alcoolismo é uma doença possível de tratamento. Dessa forma, se alterar o sistema serotoninérgico o consumo de álcool também é afetado.

Fazendo uma revisão da problemática, O Dr. Paulo Miguel Velasco relata, em entrevista exclusiva, os fatores mais relevantes no aparecimento do alcoolismo, considerando  os problemas internos e externos:

Nos aspectos físicos o alcoolismo pode desencadear: Alterações dos padrões funcionais do fígado, do aparelho digestivo, do coração, do sangue, das glândulas endócrinas, disfunções sexuais, cirrose hepática e câncer do fígado, enquanto que no aspecto psicológico poderá apresentar: Síndrome amnésica, demencial, alucinatória e delirante, além de ansiedade e distúrbios do sono e quadro de abstinência, que pode levar à morte. Também é bom alertar que o alcoolismo aumenta à predisposição a outras doenças, como as infecções.

 
   O alcoólatra sofre os mesmos problemas de saúde física e psicológica que um dependente de drogas ilícitas, de acordo com o Almanaque Abril 2004. Além do mais, o viciado elimina vitaminas, cálcio, ferro, fibra e proteína. Acarreta problemas digestivos, hepáticos, neurológicos  e circulatórios. Pode causar câncer de boca, faringe, esôfago e laringe. Além disso, grande número de pessoas morre em acidentes provocados por motoristas e pedestres bêbados. O alcoólatra pode, ainda, diz a redação do Almanaque Abril, desenvolver comportamento violento e negligenciar responsabilidades sociais, profissionais e familiares.

A Enciclopédia Microsoft Encarta 1993-2001 revela-nos que no triênio 1995-1997, por conta do alcoolismo ocorreram várias mortes. Portanto não podemos negligenciar o poder destrutivo do álcool, pois ele incapacita o usuário para o trabalho, para viver em sociedade, em família e quando o viciado consegue desvencilhar do uso, dependendo do tempo de exposição, permanecem as sequelas no corpo, na alma e às vezes na sociedade onde está inserido.

[...} o alcoolismo ocupou o quarto lugar no grupo de doenças que mais incapacitam os brasileiros para o trabalho. Em 1996, a cirrose alcoólica hepática foi a sétima causa de morte em pessoas acima de 15 anos. Naquele ano, foram internadas com esse diagnóstico nos hospitais do Sistema Único de Saúde 39.255 pessoas, das quais 3.626 morreram (Enciclopédia Microsoft Encarta).

            
            Buscando dados mais atualizados  destacaremos a visão farmacológica do alcoolismo através do site Farmacologia%20da%20dependencia%20e%20abuso%20de%20drogas.pdf.
 

Atendimento ambulatorial
10 a 15%
Observando os índices ao lado
notamos que o atendimento voltado para o alcoolista representa uma taxa muito alta da prática médica, contudo muitas vezes
o diagnostico é negligenciado.
Atendimento de emergência
30 a 50%
Atendimento em hospitais gerais
30 a 60%

 
            Neste site percebemos dois tipos de tratamentos: farmacológico e psicossocial. Neste  contexto, farmacológico, a desintoxicação aguda alivia os sintomas de abstinência. Os distúrbios crônicos da adição são tratados por novos agentes farmacológicos que ajudam a reduzir o uso prejudicial de álcool porque a adição é um problema médico crônico, e o tratamento deve incluir controle de longo e de curto prazo. O tratamento psicossocial, notoriamente a terapia cognitivo-comportamental, empregada isoladamente ou associado à farmacoterapia produz resultados excelentes; tais resultados são comparáveis àqueles encontrados nas doenças crônicas, como asma, diabetes e hipertensão.

            A desintoxicação é a primeira fase do tratamento e tem como objetivo reduzir os níveis da droga, dessa forma, o corpo adapta-se. Mesmo assim os sintomas de abstinência como ansiedade e insônia podem persistir, exigindo assistência prolongada com medicação. As manifestações da abstinência podem variar da disforia leve até convulsões fatais.  A estratégia para aliviar a abstinência é reduzir a dose aos poucos e usar fármacos, neste caso, é indicado à administração de um benzodiazepínico de ação prolongada (como o diazepam) para evitar convulsões por abstinência. Medicamentos antiepilépticos também suprimem a hiperatividade do SNC causada pela abstinência e são eficazes no tratamento primário. Outro método de desintoxicação é usar medicamento para bloquear os sinais e sintomas de abstinência.

         Quanto ao uso objetivo de fármaco destaca-se “a administração crônica de um agente que causa efeitos adversos desagradáveis quando a droga de abuso é usada. Por exemplo, o dissulfiram inibe a aldeído desidrogenase”. Se a pessoa ingerir bebida durante o uso de dissulfiram, “a álcool desidrogenase oxida o etanol em acetaldeído, mas o dissulfiram impede o metabolismo do acetaldeído pelo aldeído desidrogenase. Assim, esse metabólito tóxico acumula-se no sangue’. O acetaldeído causa diversos sintomas desagradáveis, inclusive rubor facial, cefaleia, náusea, vômito, fraqueza, hipotensão ortostática e dificuldade respiratória. Esses sintomas podem durar de 30 minutos a algumas horas e são seguidos por exaustão e fadiga. O objetivo dos efeitos desagradáveis do consumo de álcool na presença de dissulfiram é impedir o consumo adicional de álcool. Infelizmente, a eficácia do dissulfiram é limitada pelo insucesso da adesão (Farmacologia da Dependência e Abuso de Drogas Acessado através do site <Farmacologia%20da%20dependencia%20e%20abuso%20de%20drogas.pdf.> em outubro de 2015).


            O Dr. John G. Cooney em seu livro “SOBRIOS: VENÇA A DEPENDÊNCIA DO ÁLCOOL E MANTENHA A DIGNIDADE” é muito autêntico em afirmar que o paciente que usará o medicamento tem que está esclarecido quanto aos prós e contras de cada medicamento, bem como sua administração adequada. Ele faz ainda uma observação muito importante, p 93:


Falando em termos gerais, são duas as vantagens imediatas do  antietanol. A primeira é que ele impede o ato de beber por impulso. Se numa manhã de segunda-feira o alcoólatra, subitamente, sente frustração, tédio, irritação ou rejeição- sentimentos que costumam ser usados na racionalização para se tomar a bebida-, e já tiver tomado o antietanol, perceberá que é incapaz  de tomar álcool até o sábado seguinte. E quando o sábado chegar, o individuo já terá tomado as medidas necessárias para suas frustrações, tédio, irritação ou rejeição.

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