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terça-feira, 13 de setembro de 2016

Resumo- Terapia Ocupacional ( Berenice ) e Fundamentos Teóricos da Terapia Ocupacional: Influencias Externas ( Hagedorn cap 2.)- TERAPIA OCUPACIONAL


Fundamentos da Terapia Ocupacional
 

Inicialmente percebemos uma exposição em Hagedorn cap 2, p. 2 ( Fundamentos Teóricos da Terapia Ocupacional: Influencias Externas ) que fala sobre a credibilidade da visão científica da teoria. Berenice em sua  análise, p. 20, diz que “as teorias e as práticas terapêuticas ocupacionais foram absorvendo as filosofias e as ideologias das diferentes épocas e se transformando”, dessa forma, temos  diferentes modelos teórico-práticos de terapia ocupacional.

A Hagedorn fala sobre as influencias externas e como elas são geradas através do ambiente da prática; a exemplo disso temos: os fatores físicos, sociais, culturais, filosóficos, políticos e econômicos, p. 4. Quando Berenice nas páginas 24 a 27 fala sobre Atividade Humana X Recursos Terapêuticos, muito em particular ao tratar o item   3 (ATIVIDADE = EXERCÍCIO ), ela cita que nova corrente científica denominada reducionismo faz mudanças no decorrer dos anos 40 e 50. Esta influência na saúde criou um modelo médico centrado nos princípios da bioquímica e da biofísica e com a perspectiva psicanalítica da psiquiatria. ‘A visão do homem era, literalmente, aquela que poderia ser vista através do microscópio, ou pelo escrutínio de mecanismos internos que tinham lugar no divã do analista’ (KIELHOFNER e BURKE, 1977, p. 16). Com isto, a terapia ocupacional, foi acusada de não confrontar-se com as patologias:

... o modelo da ocupação que aplicava seus princípios ao comportamento desordenado apenas com   base   no   senso comum não era científico (WILLIARD e SPACKMAN, 1973, p. 152).
            Os terapeutas ocupacionais tiveram que resolver esta questão de sobrevivência da profissão. Em resposta ao desafio reducionista, foi substituído o treinamento de hábitos pela aplicação de exercícios. Dessa forma, o valor da terapia ocupacional está na obtenção do exercício pela atividade. O modelo do homem e adaptando ao meio social, possuidor de uma natureza ocupacional em sua essência, foi substituído por um modelo mecânico e progressivo linear. Como a atividade passou a ser igual a exercício, voltado às partes lesadas do organismo humano, os terapeutas passaram a tratar patologias, mãos, ombros, articulações, músculos, memória, atenção.
            A compreensão do uso da atividade com o propósito do exercício específico pressupõe que alguns procedimentos gerais devam ser seguidos, para que se consiga obter sucesso no tratamento. O primeiro procedimento, básico para configurar cientificamente o uso da atividade, é a sua análise.
            Hagedorn fala sobre o humanismo filosófico e logo faz uma aproximação da ética profissional, p. 8,  mas Berenice se aprofunda na questão do humanismo retratando as ciências sociais que transformam um ser real em objeto dilacerando-o em partes, p. 22. Por conta da ciência Berenice critica a perda do homem completo que foi observado de forma reducionista e deixado de lado na sua forma holística e faz uma abordagem com o social quando na página 75 diz:

Temos então, que a ideologia do modelo reducionista, se expressa no plano da ação social. Desta forma, encara os homens como objetos que podem ser manipulados para adquirir os padrões sociais aceitáveis.

Com esta volta ao social ela apresenta sua preocupação com a Terapia Ocupacional como agente de transformação social de acordo com a abordagem materialista histórica constante na página 8. Hagedorn na página 11 fala sobre o determinismo associado ao monismo reducionista para fazer-nos entender que as nossas decisões e escolhas são pré-determinadas pela casualidade, por outro lado, o determinismo compatível com o dualismo diz respeito à crença que surgi de ideias religiosas ou filosóficas.  Neste particular Berenice se contrapõe ao determinismo biológico que age como diferenciador das funções sociais desempenhadas pelos homens, por isto, a terapia ocupacional se propõe a produzir efeitos de promoção do homem.

Hagedorn coloca o modelo biopsicossocial como superior ao biomédico e reforça que a incapacidade está diretamente ligada ao ambiente físico, social, cultural e econômico caracterizando o modelo social de incapacidade. Na página 16 ela fala sobre a remoção de barreiras socioeconômicas, estruturais e ambientais que outrora aumentavam a incapacidade, com isto, o paciente passivo se redefine como consumidor exigente e seletivo. Apesar  da sua visão crítica ela reconhece que as alterações do modelo biomédico para o social foram notáveis nos últimos 30 anos, ainda que a Terapia Ocupacional tenha uma visão mais holística e individualizada. Mas quando Berenice, p. 64, fala sobre mudança aborda como pano de fundo a sociedade e verifica duas formas de ação de saúde : a reformista e a revolucionária. A reformista  são puras reformas ou simplesmente adaptações, mas na revolucionária traz consigo a proposta de transformação absoluta da estrutura básica das relações sociais. Sendo assim,  sintetiza considerando que o reformismo não favorecerá a relação saúde/mudança social e a mudança revolucionária é uma forma de camuflar a preservação do sistema.
            Berenice na página 75 faz a seguinte afirmação:

Tomando a afirmação de Merhy, pode-se constatar que a Saúde sempre foi política. Como bem disse Moacir Gadotti, "(...) o que precisamos é ter clareza do projeto político que ela defende, politizando-a." Em síntese, podemos dizer que a saúde é política porque em sendo a saúde uma instituição social, suas ações difundem, articuladamente, as ideias políticas e transmitem os modelos sociais.

Hagedorn, quanto a política, p. 18, faz menção ao nível da sociedade, as condições políticas e econômicas como impactantes no fornecimento de cuidado social e à saúde. Neste particular, como uma contraposição a Berenice diz o seguinte:

A influência destes fatores contextuais é importante e requer consideração. Os terapeutas têm relutado a isto: a TO tende a ser totalmente apolítica.
 
Reginaldo Silva de Lyra
Acadêmico de Terapia Ocupacional

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