BEM VINDO VISITANTE NÚMERO:

BIBLIOTECA DE CONTROLE MENSAL

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Síntese da Carta de Pero Vaz Caminha- HISTÓRIA


Após análise da Carta, observamos que ela faz menção dos fatos ocorridos tomando como base o período compreendido entre o dia 09/03 a 01/05/1500. Nota-se que no decorrer da viagem  é dada enfase ao que foi visto, sem intenção de embelezar nem enfiar, abstendo-se da parte de marinhagem e singradura.


A carta, expressão do momento histórico-literário do séc. XIV ao XVII, revela pela forma a cultura moderna humanista de Portugal. A transição do Trovadorismo para o Humanismo marcada pelo efeito imediato do desenvolvimento do comércio, dá nova dimensão  ao homem medieval fechado no feudo. A transformação social implica uma nova descoberta: "a consciência de que o homem é uma forma criadora capaz de dominar o Universo ( como nos descobrimentos )  e transformá-lo".

As narrativas de origens cavaleirescas, a visão de que  o ser humano é objeto de grande preocupação, é motivo de reflexão porque  vive num contexto ausente de Deus segundo a cultura de Pero Vaz. Todas as características da época pesaram e podemos observá-las por diversos ângulos.

Havia necessidade de conquistar novas terras, descobrir caminhos economicamente mais viáveis, ou seja, a expansão econômica era o principal motivo daquela expedição, Notamos isto em vários segmentos da carta da qual as seguintes passagens: 
                                           ... querendo dizer que daria ouro por aquilo. Nós assim o traduzíamos                                            porque esse era o nosso desejo... e de lá até agora não pudemos saber                                           que haja ouro, nem prata, nem nenhuma cousa de metal, nem de fer-                                              ro, nem lho vimos.

No âmago do sentimento de Pero imperava a religiosidade, fruto de sua cultura. Tal religiosidade chegara ao ponto em que ele orienta ao rei que a melhor semente a ser lançada na terra é a salvação para aquela gente. Outro ponto a focar, ainda sobre a religiosidade,  é quando ele fala com mais inocência que o próprio índio a respeito dos corpos e rostos  por serem bons,a sua natureza também seria boa; julgando em sua limitação o interior pelo aspecto exterior. Essas observações deixa-nos suspensos, pois apesar da ênfase econômica, temos um teocentrismo latente e com ressalvas.

Apesar do teocentrismo, o choque cultural foi tão violento que durante a narração a descrição das vergonhas masculinas e femininas dão "quê erótico", demonstrando um verdadeiro fascínio  do narrador.

É interessante ressaltar que os selvagens aqui encontrados eram tão mansos e obedientes que davam impressão que outrora tiveram algum contato com civilizados! Nicolau Coelho, no momento do contato, teve apenas um trabalho: deu sinal para que pousassem os arcos e eles assim o fizeram.

A conclusão que temos é que a Carta de Pero Vaz Caminha é um documento oficial que marca o nascimento do Brasil. Servindo como uma certidão de nascimento, ela faz menção  a localização, a fauna, a característica geográfica e descreve de forma sucinta a respeito dos nativos da terra. mostrando o elemento de ligação da nossa literatura e seu fundador, Padre José de Anchieta.

Carta de Pero Vaz Caminha; Panorama Geral

Reginaldo Silva de Lyra, 
São Pedro da Aldeia, 1998.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seja um visitante especial...é só clicar o botão azul a baixo