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terça-feira, 24 de maio de 2016

Período Joanino e Independência do Brasil- CONHECIMENTO GERAL

EM CONSTRUÇÃO... atualizado dia 01/06/2016

Aula 1: A Independência: de Tiradentes à abertura dos portos


Liberdade ainda que tardia, mas não para os escravosQuem foi Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes (1746-1792)? Um bandido e traidor da rainha de Portugal, ou um herói do povo brasileiro?

Martírio de Tiradentes, óleo sobre tela de Francisco Aurélio de Figueiredo e Melo (1854-1916). Tiradentes enforcado em 1792.
De toda forma, as conjurações do fim do século XVIII levantaram o lema da “Liberdade ainda que tardia”, estampada na bandeira dos inconfidentes de 1789 e que inspirou o atual estandarte do estado de Minas Gerais. Era o princípio de um processo que cobrava dos envolvidos nele a tomada de partido em relação a duas questões bastante polêmicas: Monarquia ou República? Escravidão ou abolição?
Como seria o Brasil independente de Portugal? É o que discutiremos nesta aula.
 
 
- No clima das ideias que se seguiram à revolta de São Domingos, o descobrimento de planos para um levante armado dos artífices mulatos na Bahia, no ano de 1798, teve impacto muito especial; esses planos demonstravam aquilo que os brancos conscientes tinham já começado a compreender: as ideias de igualdade social estavam a propagar-se numa sociedade em que só um terço da população era de brancos e iriam inevitavelmente ser interpretadas em termos raciais.
MAXWELL. K. Condicionalismos da Independência do Brasil. In: SILVA, M. N. (coord.) O Império luso-brasileiro, 1750-1822. Lisboa: Estampa, 1986.
 
 
- Com a transferência da Corte lusitana para o Brasil, em 1808, o processo de independência assumiu rumos diferentes em relação àquele que estava acontecendo no resto das Américas. A abertura dos portos e a elevação do Brasil a Reino Unido, em 1815, levaram parte da aristocracia rural nacional a preferir a manutenção do estado de coisas a correr o risco de uma independência republicana e abolicionista. Foi a burguesia portuguesa em crise e desesperada pela recolonização de sua principal colônia que acabou empurrando o processo para a ruptura final. Após o retorno de d. João VI a Lisboa, em 1821, o príncipe regente d. Pedro surgiu como figura ideal para a realização do projeto monarquista e escravista das elites dominantes brasileiras.
 

Nos tempos em que o Rio de Janeiro era a capital de Portugal

“Foi o único que me enganou”, declarou Napoleão Bonaparte em suas memórias redigidas no exílio na ilha de Santa Helena. E estava se referindo – quem diria? – a d. João, príncipe regente português, e a um fato ocorrido em 1808.
Vários historiadores defenderam que a Corte portuguesa se mudou para o Brasil por ter sido obrigada pela Inglaterra. Outros lembraram que a ideia já tinha sido aventada durante a Era Pombal, no século XVIII. E outros, ainda, louvaram a esperteza do príncipe, que com essa manobra protegeu tanto a rainha Maria I, sua mãe, como a cabeça do Império lusitano.

                                     Ao chegar ao Rio de Janeiro, a família real portuguesa instalou-se na Quinta da Boa Vista, no bairro de São Cristóvão. Hoje o palácio abriga o Museu Nacional de Arqueologia e Antropologia.
- Em 1808, ano da chegada da família real ao Brasil, os portos brasileiros foram abertos, e em 1815 Brasil e Portugal tornaram-se um Reino Unido. Foi decretado que o Rio de Janeiro seria capital do reino lusitano para sempre. Mas o fim dessa história seria bem outro: os portugueses exigiram de d. João que voltasse para Lisboa, e a independência do Brasil foi proclamada. Por quem? Por seu filho, que também era português.


- Adotar em toda a extensão os princípios do liberalismo econômico significaria destruir as próprias bases sobre as quais se apoiava a Coroa. Manter intacto o sistema colonial era impossível nas novas condições. Daí as contradições de sua política econômica.
Emília Viotti da Costa.


OBS1=> Todas as medidas tomadas por d. João VI no Brasil desagradaram à elite burguesa lusitana. Foi cruel a contradição vivida pelos portugueses: a Corte mandou e desmandou no Brasil por trezentos anos; mas quando instalou-se fisicamente no Rio de Janeiro já não era mais senhora da colônia. O domínio econômico inglês acoplava-se aos interesses da aristocracia exportadora brasileira e desafiava os comerciantes portugueses num caminho sem volta, rumo ao rompimento político anunciado.


Conjurações pró-independência no século XVIII


Mineira (1789), Fluminense (1794) e Baiana (1798)
  • Influências importantes:

    • Crise econômica (declínio da mineração)
    • Ideias liberais do Iluminismo
    • Independência dos Estados Unidos (1776)
    • Revolução Francesa (1789)
    • Revolta de São Domingos (1791-1804) no Haiti

Inconfidência Mineira (1789)


Caráter político conservador:
    • Lideranças e bases aristocráticas
    • Ideais republicanos
    • Perspectivas predominantemente escravistas
  • 1794:

    • membros da Sociedade Literária do Rio de Janeiro foram acusados de conspiração contra a Coroa, julgados e punidos. Em 1817, a Revolução Pernambucana, já no Período Joanino, foi o mais importante dos movimentos.


Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates (1798)


  • Caráter político progressista:

    • Participação de setores populares: artesãos, ex-escravos etc.
    • Ideais republicanos
    • Objetivo abolicionista


Conjuntura política europeia no início do século XIX


  • Era Napoleônica na França (1799-1815): processo de industrialização
  • Bloqueio continental contra a Inglaterra (1806)
  • Invasão francesa e anexação de Portugal à França
 


Relações entre Portugal e Brasil


  • 1808: Transferência da Corte portuguesa para o Brasil; regência de d. João
  • Abertura dos portos às nações amigas: fim do pacto colonial mercantilista
  • Invasão e anexação da Guiana Francesa ao Brasil


 O domínio econômico britânico



- Tratados de 1810: Comércio e Navegação / Aliança e Amizade
- Impostos de alfândega preferenciais para mercadorias britânicas
- Direito de Extraterritorialidade jurídica aos britânicos no Brasil
- Compromisso de extinção gradativa do tráfico de escravos
- Proibição da entrada do Santo Ofício Católico (Inquisição)





Mudanças no cotidiano da capital



- Liberação para a instalação de manufaturas no Brasil
- Fundação do Banco do Brasil
- Criação do Jardim Botânico e da Biblioteca Real
- Criação da Imprensa Régia
- Urbanização e crescimento populacional
- Chegada da Missão Artística Francesa





Aula 2: A Independência: de d. João VI ao Sete de Setembro de 1822

1815: O Brasil não é mais colônia, mas também não é independente

Na Batalha de Waterloo, em 1815, Napoleão encerrou sua participação na história. A Corte portuguesa poderia voltar a Lisboa, como queria a burguesia lusitana. Mas d. João decidiu ficar no Brasil e elevou a colônia a Reino Unido a Portugal. Anexou a Província Cisplatina, estendendo a fronteira até o Rio da Prata, e devolveu a Guiana à França.


O Rio de Janeiro firmava-se na sua condição de capital com a criação de órgãos do aparato de Estado. Isso, somado aos portos abertos, irritava cada vez mais os portugueses.


Em Pernambuco, liberais radicais viram, então, a hora oportuna para o levante da Revolução Republicana de 1817, que se converteu em guerra civil. Com a morte da rainha d. Maria, o regente d. João passou a ser o rei d. João VI. Mas sem o poder absoluto, porque, em 1820, a Revolução do Porto instituiu a Monarquia Constitucional em Portugal.


Em 1821, a família real voltou para Lisboa. O Reino Unido estava com os dias contados.








A imagem acima retrata o regresso da família real portuguesa a Lisboa, em 1821.

 

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